sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dom Jayme de Barros Câmara

Estudei parte da minha vida nesse colégio. Não fiz amigos como todo mundo. Mas fui feliz enquanto vive entre os seus. Tive bons momentos por lá. Um punhado de histórias engraçadas e outras tristes. A verdade é quando eu comecei a gostar de lá, os estudos acabaram.

Os professores eram bem legais. O seu Chico (história). A dona Zélia (português). O Daniel (física). A dona Penha (geografia). Dona Leda (Educação Moral e Cívica). Eva (desenho artístico). Fernando (ed. física). Não me lembro de todos. Não tem jeito. Mas eu me lembro do cansaço que eu sentia em percorrer sempre os mesmos caminhos. A gente ía para a escola em comboio. A mãe da Aline tinha carro e levava todo mundo junto para a escola. Um dia me irritei com eles por causa das brincadeiras bobas que faziam. Aquela mania que criança tem de dar apelido pra todo mundo. Deram apelido de casquinha para a menina das queimaduras (ela tinha se queimado com feijão) e eu achei aquilo horrível. Cruzei os braços e fiquei quieta no meu mundo. No dia seguinte eu não fui com eles. Fiz o caminho sozinho. Minha mãe só foi saber que eu estava indo para a escola sozinha porque a mãe da Aline (dias depois) quis saber porque eu não estava mais indo para a escola com eles.

E toma discurso pronto. Ouvi um monte de bobagens. Quer dizer: minha mãe deve ter dito um monte de bobagens porque a boca dela se mexia tanto quanto seus dedos. Mas eu não me lembro de nada. Olhava pra ela com um olho só, com os dois. As vezes ela se transformava em duas e a vida seguia. Voltei a fazer parte da turma. Mas um dia a gente cresce e andar pela cidade sozinha não tem mais perigos, afinal, Sumaré é uma cidade do interior e a Vila Juliana sempre foi algo tranquilo...

Mas eu conclui meus estudos em 1998. O colégio continua lá. Hoje ele foi dividido em dois. Uma parte escola, outra Delegacia de Ensino, mas quando passa na rua dá pra ouvir os gritos eufóricos de suas crianças crescendo sem saber absolutamente nada de destino e reclamando de suas rotinas colegiais. Eu já fui assim, sabia?

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